Lusa Praia... ou Como convinha sermos sérios...

TGV: convinha sermos sérios... TGV "para" (ou pelo menos "com"), mercadorias, apesar de custar mais 20% (reforço da linha face a necessidades de aguentar determinadas cargas), pode ser estrategicamente importante para o país e, se pensado coordenamente com uma política de portos séria e plataformaas logísticas capazes, pode ser uma proposta para um caminho de desenvolvimento económico. TGV apenas para passageiros, conforme pensado, é um luxo a que não nos podemos dar, e será sempre, face à dimensão da população nacional e à distância aos demais centros populacionais europeus, deficitário - até mesmo ao nível sua operação.

Os benefícios apontados no estudo da Deloitte para o nosso turismo em 2030 são excessivos, sendo o horizonte daqui a 20 anos e quando, já hoje, se vai e vem de Madrid ao Porto (e em breve para Lisboa), por 10€ numa hora... E não por 200€ em 2h45! Mas que um ministro comente, como facto economicamente justificativo do TGV, que Lisboa será a praia dos Madrilenos, arrisca-se, no mínimo, a minar qualquer credibilidade deste projecto. Convinha pensar a comunicação...

Sobretudo quando país tem um déficit da sua balança comercial e da dita balança de transações correntes que, de facto, deve ser o centro das atenções pois sem superar este handicap não há caminho senão o do empobrecimento progressivo e, para mais, quando maior parte dos parceiros da zona euro, mesmo em plena crise, e com inflações superiores à nossa, têm superavits comerciais!

E como exemplo do que parece ser um caso de trapalhada e de má gestão da coisa pública, a tão debatida Red Bull Air Race, em que de facto perdem Lisboa, Porto e os Portugueses, e só ganha a Red Bul... ao que parece...

Pela positiva, a Ministra do Ambiente, a relembrar que o ambiente não é um custo, mas sim uma oportunidade!