2011-03-30

Portugalidade… Seremos capazes?

Fomos capazes de povoar, colocar no mapa e dar voz, ou pelo menos língua, a um dos mais fantásticos países do mundo, o Brasil… de onde vieram, o Presidente Lula, e a Presidente Dilma Roussef, até Coimbra, para um Doutoramento Honoris Causa na mais antiga e famosa universidade Portuguesa (e 5ª mais antiga da Europa…) e de onde pode vir a surgir ajuda, nesta fase menos boa do nosso país…

Somos exemplo na mobilidade eléctrica. e na Arquitectura… não podemos conceber uma nova arquitectura social, com mais mobilidade?

2011-03-29

Afinal Portugal sabe fazer…

Um prémio prestigiante, mais um, e logo o premio dos prémios, pela segunda vez em 20 anos, para a Escola que não aceita que o é… A Escola do Porto (de Arquitectura).

2011-03-26

Ética, Liderança e Exemplo (2)

Após a análise do comportamento de Sócrates nas últimas semanas, e dos porquês de pensar que, em qualquer uma das interpretações plausíveis ele não ser de boa liderança e muito menos servir de exemplo, afirmamos que os comportamentos e decisões de Passos Coelho e de Cavaco Silva também não beneficiaram o país.
Os três dias que passaram apenas reforçaram e confirmaram esta ideia. Por isso este post que aqui deixamos é válido no dia 24, no 25, 26 e nos seguintes… A ética está para além da espuma dos dias.
Compreende-se, na base da posição de Passos Coelho:
  • Irritação com Sócrates, porque não foi incluído, não foi informado de negociações e na véspera foi posto perante facto consumado.
  • Pressão interna, “ou tens eleições legislativas ou internas”, teria dito Marco Costa, segundo a Visão
  • PSD defende mais impostos (afinal não era corte despesa?) e não corte pensões
Mas… se são compreensíveis as razões pessoais e partidárias… e para o país?
  • PPC sabia que cenário era já de si periclitante e provavelmente Sócrates já lhe teria pintado cenário ainda mais negro, antes de ir para Bruxelas. PPC sabe que pedir ajuda após a revisão das regras do Fundo Europeu será bem menos penalizador. Sabe que se ajuda for pedida em Junho será provavelmente bem diferente de Março…
  • PPC sabia também que, ao não apoiar o PEC IV, era provável que Governo caisse, e sabe que instabilidade é o pior inimigo dos mercados… (sabia que o corte no rating era mais previsível… e pode ser ainda mais profundo, aumentando taxas e juro e, assim, custos futuros para o país…)
  • Sabia que ao não apoiar PEC IV é provável que Bruxelas perca paciência e force pedido de ajuda, de acordo com regras atuais (tanto sabe isso que se apressou a escrever cartas e a garantir que… PSD também quer comprometer-se com objectivos e por isso… está com PS!)
  • Ao negar-se a acordo pré-eleitoral com CDS-PP, porque assim pode lutar pela oportunidade de PSD ganhar com maioria (é compreensível), diminui muito a oportunidade de haver uma maioria absoluta na AR, criando assim menor espaço para que as eleições nos tragam estabilidade, algo que era crítico… para o país! (menos mal: abriu a porta a PS e a CDS-PP, no pós-eleitoral, o que em princípio asseguraria estabilidade… Mas ao impor que seja o PS pós-Sócrates, e como este acaba de ser reeleito Secretário Geral do PS e, logo, significando isto que pode demorar vários meses após as eleições legislativas até Sócrates ter substituto no PS… e, logo, mais uma espera para o país: será que país pode esperar?)
  • PPC sabe que um processo eleitoral, além dos custos diretos, tem forte custo em meses de “paralisação” de decisões, de contratos, de pagamentos, numa economia em que cerca de 50% é Estado, e cerca de 80% dos agentes têm relações diretas com Estado…
Em suma… talvez Passos Coelho, como Sócrates, fossem demasiado jovens e tivesse pouco atentos ao que foi o período 84-85 em que, apesar de termos um governo feito de homens resolutos de grande sentido de responsabilidade e capacidade, como Ernâni Lopes, muitos portugueses sofreram como poucas vezes… Ou talvez devessem ter lido este irónico mas realista artigo, que nos traz um conselho Irlandês…
Pensamos que a entrevista a António Barreto diz, de uma forma superior, muito que quisemos exprimir… É incontornável!

PS: não sei se devíamos chegar a tanto… mas é curioso e dá pelo menos que refletir, este outro artigo… sobre revolução popular e auto-gestão, na Islândia, que já voltou a crescer… E assume uma forma de revolução popular que temos vindo a associar ao mundo islâmico, actualmente…

2011-03-24

Ética, Liderança e Exemplo

O mundo parece doido… Em Portugal, na Líbia, no Egipto, no Magreb, no Japão…

As razões de ser deste blog são a ética, a cidadania e a política. Nos sentido e termos que são claramente definidos na sua declaração de princípios.

Acreditamos que o que se passa, hoje, de essencialmente negativo, em Portugal e no mundo, tem relação direta com ética e com visão (ou a falta delas).

Comecemos por Portugal, pela parte da política e economia (depois faremos breve incursão pela parte desportiva…). O comportamento de Sócrates pode ter várias interpretações. Vemos três possíveis e plausíveis.

1. Se o que aconteceu há duas semanas, com o anúncio de última hora de um “PEC 4”, foi fruto da pressão internacional, e não visou, de facto, melindrar Cavaco Silva (e o PSD), então Sócrates tinha tido duas escolhas: ou a que teve ou a de pedir desculpa ao Presidente e ao PSD; que o tinha apoiado anteriormente, reconhecendo o erro. Ora, se a não comunicação não foi intencional, e Sócrates dramatizou até à demissão, não pedindo desculpa nem reconhecendo o erro, ele terá mostrado, apenas, ser um sujeito incapaz de ser humilde o suficiente para emendar a mão, como muitos acusam, há muito. E, claro, piorou a situação do país, com tal atitude. Em suma, e se este foi o cenário real, Sócrates mostrou ser incapaz de ser líder porque incapaz de dar exemplo e seguir elevados padrões morais.

A outra hipótese que resta é o da não comunicação ter sido intencional… Neste cenário temos duas hipóteses principais (2) e (3)…

2. Sócrates entendeu que era inevitável o pedido de ajuda externa, e como disse que não governaria com FMI, e que não faria o pedido, porque garantia que não era necessário, encenou, e comportou-se de modo a obrigar Cavaco e Passos Coelho a sentirem-se “traídos” e a não poderem deixar espaço para negociação, forçando o processo a que assistimos, e a queda do governo. O país pede ajuda, mas Sócrates não só surge como “sendo obrigado a ped-la”, pela oposição, como não terá de governar com o FMI, a menos que Portugueses lho peçam, votando nele nas eleições. Pode ser uma encenação que lhe salve a face, mas é má para Portugal: será duríssimo o que aí vem. E o tempo, energia e recursos perdidos aumentarão a factura a pagar, por todos nós.

3. Sócrates não informou pois entendeu que seria este momento, de ainda alguma impreparação do PSD, o melhor para tentar prolongar o seu poder. E, portanto, decidiu criar condições de ruptura que forçassem PSD a retirar apoio e provocar demissão. Más contas: dificilmente conseguirá voltar a ter 97 deputados, ou sequer mais deputados que o PSD, apesar de este não se coligar com CDS-PP, o que lhe garantiria maioria absoluta… (outras más contas…)

Infelzimente, como veremos num outro post, as opções de Passos Coelho e Cavaco também não são necessariamente as que mais protegem os interesses do país… 

2011-03-23

António Saraiva (C. Empresarial Portugal) e Carvalho Silva (CGTP) de acordo?

A surpresa na conferência do Fórum Portucalense não está a ser a demissão do Governo, que todos encararam como esperada. É o facto de aparentemente Carvalho da Silva e António SAraiva terem inúmeros pontos de contacto.

Estamos já em fase de questões e debate. Tudo pode ser lido no facebook do Forum Portucalense.

Fumo negro…

Em Portugal

em Bruxelas

No chão

Na AR

Na Líbia

Na Aliança Trans-Atlântica

Na terra

No ar

No Japão

No Oceano

Na água

Na bola

PS: como já aqui se disse antes... estes senhores (Pinto da Costa e Luis Filipe Vieira) são exemplos do que não se deve ser nem fazer, quando se quer ser líder...

Hoje à noite, esperança num debate elevado, entre António Saraiva (presidente da Confederação Empresarial de Portugal e abertamente contra eleições no curto prazo) e Carvalho da Silva (Sec. Geral CGTP, a única entidade a não assinar o acordo de ontem, na concertação social…). Hotel Infante Sagres, Porto, 20h. Jantar requere inscrição: geral@forumportucalense.pt, para onde também podem ser enviadas as questões que gostariam de ver colocadas.

www.forumportucalense.pt

No facebook

2011-03-19

Gasolina deveria descer 5 cêntimos...

 Tudo explicado, aqui... Agora veremos o que diz a Galp...

Um novo mundo? proto-potências, guerra e crise nuclear..

Curioso título o da notícia do Público, que quase tudo resume: Agora não é Dilma que vai aos EUA, é Obama quem vem ao Brasil…

Ainda com o título Obama, um outro artigo questiona-se se, na Era Obama, a Líbia de Khadafi será a primeira guerra – com o envolvimento provável de EUA, Reino Unido e França, e talvez da NATO, mas da qual Portugal, por razões mais ou menos óbvias, se quer excluir.

Por fim, e mostrando que apesar de tudo ainda vivemos sob um referencial de super potência única, uma outra notícia que logo no inicio refere Obama: o artigo sobre a radiação e a potencial (mais mediática que real) chegada de uma nuvem radioactiva aos EUA… Enquanto isso, no Japão, apesar do restabelecimento da energia na central nuclear, elevou-se o nível de alerta, e a situação continua tremendamente perigosa, para o Japão e para o mundo, onde o Brasil se assume então como proto-potência…

Aceitam-se apostas…

Enquanto os três clubes portugueses brilham na Liga Europa, o país parece incapaz de reagir… com 8% de taxas de juros – insustentáveis em absoluto! – e uma crise política que é pior do que uma crise política a sério – pois o "vai ou não vai" cria mais instabilidade e incerteza do que qualquer outro cenário – a não ser o de guerra –. Incerteza agravada pelas fissuras internas nos partidos, sejam eles o PS ou o PSD, apesar de algum recuo de Sócrates
Vale a pena é... ler o artigo sobre 6 mentes brilhantes, Portuguesas…

2011-03-17

Problema da justiça não é só no Estado…

Um curioso artigo no Mais Futebol, O castigo a Ferguson e a nossa vergonha, centra-se na morosidade, incapacidade da justiça desportiva em Portugal, e da impunidade que proporciona aos prevaricadores. Lembra-se que a justiça, no futebol, é aplicada por juízes… que transportam para aqui os seus procedimentos na justiça “normal”.Será que nos devemos espantar que a justiça desportiva funcione como no resto das actividades, ou seja, lenta, morosa a ponto de muitas vezes já não ser justiça, e dando sensação de impunidade, permitindo que a sociedade sinta hoje que o “crime compense”

A longa história central de Fukushima

A grave situação da central nuclear acaba por revelar histórias incríveis de grande dimesão humana. Por um lado, como deixámos aqui, ontem, o brio dos que arriscam a vida expondo-se a níveis de radioactividade perigosíssimos para tentar evitar uma tragédia maior, por outro uma história de Escândalos e dúvidas na história da central de Fukushima, que revelam comportamentos muito pouco éticos e uma total falta desse mesmo brio, ou de preocupação com a vida humana… Mostrando que afinal não é só entre nós…
Mais uma vez fica demonstrado que o dilema entre a ética da responsabilidade e a das convicções, como o define Adriano Moreira, é o pano de fundo em que a acção política se move…
PS: No terreno, as últimas notícias sobre o estado actual dos diversos reactores e níveis de radioactividade não são as mais animadoras… Os estrangeiros são aconselhados a sair
Na Libia os acontecimentos caminham para o restabelecimento do poder de Khadafi sobre todo o território. Isso não impede que Luís Amado repita que o regime está votado ao isolamento, e que o filho de Khadafi peça de volta o dinheiro que diz ter dado para financiar a campanha de Sarkozy
A questão ética, como se vê, é de facto a questão primeira…
E entre nós? Haverá ainda espaço para evitar a crise política e a necessidade de ajuda externa na forma de “pacote”?

Um texto brlhante?

Nota prévia: por lapso este texto tinha sido identificado como sendo da autoria de Mia Couto, inicialmente.

Aparentemente a sua autoria é de "Assobio". O valor das ideias do texto mantém-se inalterado, de qualquer forma, pelo que o mantemos aqui, na íntegra, com o devido pedido de desculpas a Mia Couto e a "Assobio".

Geração à Rasca - A Nossa Culpa

Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa
abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes
as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar
com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também
estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância
e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus
jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a
minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)
vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós
1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram
nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles
a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes
deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de
diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível
cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as
expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou
presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o
melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas
vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não
havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado
com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A
vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem
Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde
não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar
a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de
aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a
pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e
da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que
os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,
nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter
de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e
que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm
direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,
porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,
querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo
menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por
escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na
proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que
o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois
correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade
operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em
sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso
signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas
competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por
não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração
que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que
queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a
diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que
este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo
como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as
foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não
lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de
montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o
desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e
inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no
retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e
nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como
todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados
pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham
bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados
académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos
que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,
oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a
subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos
nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares
a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no
que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida
e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme
convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem
fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e
a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de
uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.

2011-03-16

Um exemplo…

“Está intimamente entranhada na cultura japonesa a dignidade profissional e este trabalho individual em prol de um bem comum.”. Não defendendo que se vá tão longe Os 50 heróis de Fukushima é um artigo que nos deve fazer reflectir, seriamente…e fala-nos da abnegação e brio dos que arriscam a vida para tentar evitar uma catástrofe maior e de proporções inimagináveis, que fez até o Imperador falar ao seu povo, sentado (algo que só acontece em situações de guerra ou de extrema gravidade)

Estamos em condições para começar um caminho novo?

Será que vamos mesmo ter eleições? Passos defende que PSD está em condições para começar um caminho novo. O país, tal como  governo e José Sócrates, está cansado, mas a verdadeira batalha ainda nem começou... a salvação não está ao virar da esquina..,
Será que vamos seguir a crise pelo facebook? No que respeita a Cavaco Silva, se calhar será esse o caso...

2011-03-14

A Mobilidade Social em Portugal é um mito?

Num excelente artigo - “Os mitras, os boys e os betos” - e ainda que com alguns “pontos discutíveis”,  Filomena Mónica lança um debate que realmente interessa levar adiante, e que resume no final: “Em Portugal, a mobilidade social é um mito.”…

Entretanto, a manifestação de sábado ou, melhor dizendo, as manifestações, tiveram gente de todas as idades, gerações, e em que acabou por ser surpreendente o relativo silêncio dos partidos, que não tentaram canibalizar o maior evento de manifestação desde 1975…

Isto num país que parece algo à deriva, ao abandono, em crise profunda, crise moral, crise económica, crise financeira, crise políitica – que poderá culminar em moções de censura, crise política e eleições em breve… – mas sobretudo com a crise de uma nação que não está capaz de ver na palavra crise o seu sentido Chinês, o de “oportunidade”, mas apenas o sentido negativo…

PS: no Japão a situação é bem grave, incluindo os riscos relacionados com a central nuclear... No médio-oriente, não menos preocupante para a paz mundial… Israel aproveitou mais uma vez para demonstrar que não deseja a paz, ou negociar seja o que for, continuando o alargamento dos colonatos, mesmo contra  a vontade declarada norte-americana.

Geração à Rasca: um fenómeno incontornável?

Em 72h várias coisas aconteceram. As decisões em Bruxelas, o discurso de Passos Coelho, a manifestação da Geração à Rasca, a sua transformação em fórum das gerações que ainda irá fazer correr muita tinta, e comentários

Lá fora, destaque para os efeitos do devastador terramoto no Japão – incluindo as questões ainda em aberto, das suas consequências, que vão desde os 10cm que mexeu o eixo da terra até às consequências económicas e financeiras a nível global, bem como o problema das explosões da central nuclear e a réplca prevista, de escala superior a 7 (em si mesmo um sismo enorme, para mais sobre territórios e estruturas já fragilizados!). Isto enquanto na Libia Khadafi consegue mesmo retomar o controlo de praticamente todo o país… que fará a UE e demais comunidade internacional?

Em suma, a nível nacional e internacional muito há a reflectir e comentar… Esta semana iremos dedicar algum tempinho a isso…

2011-03-12

Este pequeno mundo… ou o valor da prevenção…

Imagens incriveis do sucedido no Japão…em The Big Picture - Boston.com. A fazerem-nos lembrar que somos muito, muito pequeninos. Mas tambému que o planeamento e a prevenção são importantes: se fosse na India, na Turquia ou … em Portugal, o número de mortos, teme-se, seria na casa das centenas, pelo menos dezenas, de milhar… E o grau de destruição do património edificado assustadoramente mais elevado…

Japan Earthquake APTOPIX Japan Earthquake

JAPAN-QUAKEJAPAN-QUAKE  Japan Earthquake

SPACE-JAPAN-QUAKE-US-HAWAII  SPACE-JAPAN-QUAKE-US-HAWAII

 JAPAN-QUAKE/  JAPAN-QUAKE/

JAPAN-QUAKE Japan Earthquake

2011-03-09

“geração à rasca”?

Se no i, como aqui escrevemos ontem, as notícias e os artigos de opinião sobre os homens da luta, e o tema da indignação e revolta, e da “geração à rasca” ocupavam todas as posições de destaque nas notícias mais lidas… Hoje o cenário não se alterou. E no Público o cenário é idêntico…

A tomada de posse do Presidente, Anibal Cavaco Silva, cujo discurso, e o tom, não foram apaziguadoras, pelo contrário, e apesar do apelo à responsabilidade, passou quase desapercebida… isto apesar de ter apelado aos jovens para não se resignarem e um sobressalto cívico…Curioso, pois para todos os efeitos é um Presidente eleito, ha pouco mais de um mês, com a maioria clara do voto dos mesmo Portugueses que andam na luta...

O Público lançou um “fórum”” Por que é que vou participar (ou não) no protesto da “geração à rasca”?. Dezenas de opiniões foram já emitidas, e  algumas têm sido muito lidas… No facebook há centenas de comentários e post sobre o tema.

Será que os Portugueses estão mesmo a sublimar, por ora pela música, a sua revolta? Dia 12, durante as dez manifestações convocadas, para outras tantas cidades, veremos o que se passa... Mas a verdade é que, como diz Miguel Sousa Tavares, estamos perto da tempestade perfeita

PS: e por falar em tempestade… o emissário de Khadafi até já foi recebido

A uma hora de vôo daqui (em caça…)

Kadhafi contra-ataca com aviões, tanques e rockets, bombardeia e diz ter reconquistado cidades, enquanto ameaça UE de que irá sofrer consequências das decisões, sanções e bloqueios de fundos que venha a implementar, acusa o Ocidente de colonialismo e tentativa de roubo do petróleo, oferece recompensa pela cabeça de um opositor, acena com o perigo do domínio da Líbia pela Al Qaeda e ainda envia um emissário a Portugal, apesar de Ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado, afirmar desconhecer

Do lado da ONU, abre-se inquérito a torturas e Guterres apela para evitar crise humanitária

PS: parece entretanto que Luís Amado, que não sabia de nada, tal como a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros Catherine Ashton, irá mesmo receber o emissário do Coronel Khadafi

2011-03-08

Mediática revolta…

Curioso: não me recordo de o “top 5” das mais lidas no “I” serem todas sobre o mesmo tema! Mas hoje está a acontecer e o tema é.. os Homens da Luta e a RTP:
  • Jel: um homem que luta – um artigo de opinião do Director da SIC Radical que merece, sem dúvida, ser lido e que fala mais de nós, Portugueses, e da atitude pró-activa e empreendedora que temos de aprender e apreender e praticar, do que de qualquer outra coisa…
Nos lugares subsequentes:
Já Miguel Sousa Tavares e outras vozes colocam a questão de outra forma: o perigo da demagogia… E do o discurso de geração à rasca não ser o melhor, por não nos levar no caminho da modernidade mas do passadismo, não ser uma crítica construtiva mas destrutiva….

PS (dia 9): Será que os Portugueses estão mesmo a sublimar, por ora pela música, a sua revolta? Dia 12 veremos o que se passa...
Hoje ficamos pelas declarações da tomada de posse do Presidente, Anibal Cavaco Silva,que não foram apaziguadoras, nem consensuais, com apelos aos jovens ... Para todos os efeitos é um Presidente eleito com a maioria clara do voto dos mesmo Portugueses que andam na luta...

As mulheres… e o Turismo...

Um artigo de leitura obrigatória, para mais no dia internacional da mulher, sobre o papel das mulheres na reconstrução de um novo Egipto.
PS: sendo certo que, pelo menos em 2011, a instabilidade nos países do norte de África irá beneficiar o turismo Português (e essa é a única vantagem que se se vislumbra nesta crise, para Portugal), há um estudo que também mostra sinais positivos – somos competitivos em termos de atractividade turistica. Já o Brasil ficou em 52º. Interessante: o Brasil ficou em 1º lugar em recursos, mas depois falhou na área das infraestruturas… o que significa que muito há a fazer para poder rentabilizar aquilo que a natureza concedeu ao país!

2011-03-06

Fim de semana morno…

Num excelente artigo, pelo “desafio” intelectual que coloca, pelo título, pela irreverência, Pereira Coutinho levanta uma questão pertinente: a da capacidade de liderança de Passos Coelho num PSD tumultuoso por natureza, com muitos barões e pretendentes, muitas vozes nem sempre em uníssono, situação que se agrava com um período de 15 anos em que não esteve no poder sequer 3 anos…
De louvar a iniciativa do Jornal Público, com uma iniciativa inovadora no formato para um jornal generalista, e no propósito, e de excelência no conteúdo: um chat com António Câmara, fundador e CEO da Ydreams e um dos mais brilhantes portugueses vivos, Prémio Pessoa 2005. Ainda na área da troca de ideias, relembra-se novamente o jantar-debate com António Saraiva (o Presidente “dos patrões”) e Carvalho da Silva (o “chefe” dos sindicalistas…), dia 23, no Porto.
De louvar também o comportamento dos empresários da área do calçado e dos atletas Portugueses nos Europeus da modalidade ao contrário dos desperdícios que nos custam a todos, como as comissões que nunca funcionaram
A nível internacional, junta-se ao longo rosário de preocupações uma nova apreensão: a de que as armas da revolta Líbia possam ir parar ao mercado negro após o conflito… Mas por outro lado algumas novidades poderão vir do Brasil, que poderá assumir novas posições no contexto global, com mais empenho na luta pelos direitos humanos, e incluindo críticas ao Irão…
Na Irlanda, entretanto, o novo governo pretende renegociar o acordo de apoio internacional. Veremos o que daqui resulta, sabendo-se que a Grécia continua a ser dada como um caso de apoio falhado…
PS: “Homens da Luta”, dupla humorista associada à sátira política em forma de marketing de guerrilha, conseguiram vender o Festival da Canção graças à votação do público. Se a isto juntarmos o fenómeno Deolinda e da Geração à Rasca, podemos intuir que os Portugueses estão a começar a reagir contra o “aperto do cinto” através da música e das “artes”… Pode ser uma tendência interessante de analisar…

2011-03-04

Libia: telhados de vidro a Ocidente…

Desgraça de Khadafi começa a revelar alguns telhados de vidro no Ocidente… Com demissões e uma reacção estranha no seu momento, um mandato da Interpol – após 40 anos de regime… lembraram-se? Ummmh… Temem-se revelações?

Debate: António Saraiva e Carvalho da Silva (23.Mar.11), Porto

FORUM
PORTUCALENSE
Associação Cívica Para o Desenvolvimento da Região Norte
Associação de Utilidade Pública
Despacho do Primeiro Ministro de 20 de Outubro de 1987 in DR 253, II Série, 03-11-2007

CICLO DE DEBATES
PORTUGAL – QUE DESTINO?

1.º Jantar-debate
Porto, Hotel Infante de Sagres
23 de março de 2011, 20H00

ANTÓNIO SARAIVA
Presidente da Confederação Empresarial de Portugal

MANUEL CARVALHO DA SILVA
Secretário Geral CGTP-Intersindical

Preço: 30 € para sócios do Forum Portucalense e 35 € para não sócios
Informações e inscrições:

Educação... ou falta dela...

Uma Coligação negativa travou  alterações no ensino básico propostas pelo Governo.

Pelo meio S&P corta rating de empresas públicas portuguesas para "lixo"

O país não parece ir pelo bom caminho... Enquanto não nos entendermos sobre o que é essencial... não vai ser fácil...

2011-03-02

“Gorby at 80”

Medvedev concedeu a maior condecoração russa a Gorbatchov pelo seu trabalho como Estadista. Curiosamente, uma medalha do tempo dos Czares, que foi reintroduzida em 1998 como a maior condecoração da Russia. E, não menos curiosamente, a condecoração surge num momento em que Gorbatchov fez diversas críticas públicas a Medvedev e a Putin, e “aos desvios da democracia”.

Sendo claro que os acontecimentos que ditaram o fim da guerra fria são os que mais moldam o mundo actual, a nível planetário, (para o bem e para mal), e que o homem que foi o rosto dessa mudança foi Gorbatchov, com a sua Glasnost e a sua Perestroika, Nobel da Paz, fica aqui a nossa sentida homenagem a um líder de enorme coragem e, eventualmente, sã loucura…Um homem que de facto, contribuiu para mudar o rumo da história...




Rede Social: um filme que alastra?

O poder da rede, sobre o qual já escrevemos alguns posts, tem um aliado: o medo! 
A maior parte das lideranças, nascidas muito antes dos PC, não a compreendem, não a conhecem. Como qualquer ser humano, teme-se o que não se compreende nem se conhece mas que se ouve dizer que é poderoso e perigoso para nós… Essa sensação de insegurança das lideranças perante o fenómeno das redes sociais e da internet é ainda reforçada quando se trate de líderes menos democráticos, habituados a controlar a informação, o que deles se diz e pensa, a controlar os eventos e os grupos. Ouvem falar, com temor, que o poder da net e das redes sociais elegeu Obama e derrubou tiranos na Tunísia e no Egipto. Sendo  algo que desconhecem surge nas suas mentes como a maior das ameaças… Reagem,por isso, fortemente quando algo se passa nas redes sociais do seu país… Mas isso permite aumentar o impacto mediático de tais movimentos nas redes… E assim potenciar a mensagem inicial! Ao reagirem com temor a algo que desconhecem, multiplicam o seu impacto...  Angola parece estar a assistir a um exemplo desta multiplicação “virtual” mas também “real” da força de uma mensagem…

Estaremos a assistir ao nascimento do quinto poder? Afinal de contas reflexo directo daquele que é fonte de todos os demais, em democracia, o poder do Soberano, o povo?

Nas vésperas do Conselho...

Angela Mekel fez diversas comentários sobre a situação Portuguesa e a reunião mantida hoje com José Sócrates, que foi apresentar dados de Fevereiro (!), incluindo uma queda de despesa de 3,6%... Por um lado, Merkel garante não ter dito que Portugal teria de solicitar ajuda e recorrer ao fundo.  Por outro lado, elogia reformas em Portugal, mas vai avisando que é preciso mais, defendendo o seu Pacto de Competitividade… que Bruxelas vai suavizando, por forma a torná-lo mais susceptível de ser assinado no  Conselho Europeu…

Reunião deve resultar apenas em manifestação de apoio

Afinal a ida de Sócrates a Berlim para reunir com Angela Merkel antes do Conselho Europeu onde se vão debater hipotéticas alterações do Fundo de Estabilização, deve resultar apenas em manifestação de apoio
Este processo pode bem acabar com Portugal a ser forçado a pedir a ajuda externa. Dado que o Governo indicou, há uns meses, que era seu objectivo central evitar esse pedido, as consequências destas negociações poderão não ser apenas económico-financeiras, mas também políticas… (por ora temos facturas obrigatórias :-)

2011-03-01

Obrigado!

Gulbenkian continua a ser um nome que é sinónimo de Excelência em Portugal!
A Fundação, e o Instituto Gulbenkian de Ciência honram o nome que ostentam fazendo um magnífico trabalho, com mais um reconhecimento internacional do maior relevo, numa área crítica para o nosso desenvolvimento.

Com as suas deficiências, como é natural, com alguns cortes (a mais visível foi a que afectou a Companhia de Bailado), a verdade é que continua a ser extraordinário o que a maior fundação Portuguesa, e uma das 10 maiores da Europa, tem feito pelo país! Parabéns, e obrigado!

Ainda na área do reconhecimento internacional, de mencionar que Portugal tem 3 museus nomeados para Museu Europeu do Ano, são eles:
  • o Museu do Douro
  • a Casa das Histórias Paula Rego e
  • o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.
Todos estão entre os 34 nomeados para o Prémio do Museu Europeu do Ano 2011, organizado pelo European Museum Forum (EMF), que o ano passado premiou o Museu de Portimão (o outro museu Português a ser distinguido com o mais importante prémio da Museologa na Europa foi o Museu da Água, da EPAL, em Lisboa, em 1990). Também o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra foi distinguido, em 2008, com o Prémio Micheletti de melhor museu europeu do ano na categoria de ciência e tecnologia.

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Nem só por cá…

Por cá, Estado reconhece engano e devolve dinheiro… Claro que o problema é que vejamos esta notícia como… estranha! Deveria ser a absoluta normalidade, a ponto de não poder er de outro modo, mas infelzimente não é. E esta questão – a questão ética – é o maior problema e o maior entrave ao nosso desenvolvimento…

Há, pois, alguma falta de credibiidade e capacidade de liderança na nossa classe política? Sim, mas problema não é só nacional… Nem na insuspeita alemã a situação parece diferente…