2012-01-23

A Saúde em Debate...

Dia 8 de Fevereiro, 20h, Hotel Infante Sagres, no Porto, jantar-debate com o secretário de Estado da Saúde organizado pelo Fórum Portucalense - Associação Cívica Para O Desenvolvimento Da Região Norte. Pode ver o perfil do actual secretário de Estado aqui.

Este debate surge alguns meses após Debates anteriores como o que teve entre nós António Arnault (o "pai" do Sistema Nacional de Saúde) ou José Manuel Silva, Bastonário da Ordem dos Médicos, e antecede outros com pensadores e personalidades não só ligados à área da Saúde mas também de diversas outras áreas como o Mar, o Turismo, a Religião ou a Geopolítica...

2012-01-21

Paz? Menos de 1 segundo numa história de 14 anos!

Tive ontem o privilegio de ver um documentário sobre a nossa história… Não a história do poder ou dos políticos, como estamos habituados, mas a história universal… Nesse programa reduziam a história do Universo a 14 anos. Se essa história durasse 14 anos, o planeta terra só teria existência num periodo ligeiramente MENOR de um terço, cerca de 4,5 anos… A vida teria surgido nos dois últimos anos, enquanto os grandes animais (dinossauros)  teriam desaparecido há apenas 3 semanas… O mais curioso é que os primeiros hominídeos surgiam há apenas… 6 minutos! Os 6 últimos minutos desses 14 anos… E a história moderna (pós revolução industrial e revoluções americana e francesa), ocupa… os últimos 3 segundos!!! A história de sociedades democráticas, sem guerra, em paz e prósperas, mesmo assim apenas numa pequena parte do planeta, ocupa menos de um segundo num cronograma de 14 anos… O que nos faz pensar as coisas como dados adquiridos e a não ter consciência de que as temos de preservar, estando vigilantes e lutando por elas, sejam elas o planeta, o ambiente, a paz ou a democracia?!?! Estranho mistério…

earth in my hands

2012-01-10

Os adquiridos… ou como o ser humano é um ser estranho….

Diz a meteorologia que domingo vai chover… Há quase um mês que temos sol, em quase todo o país, em pleno Inverno… Mas quando acordamos e nos dão esta notícia ficamos espantados, rapidamente nos habituamos à ideia de noites frias mas com dias soalheiros….

Na Europa tivemos 2500 anos de guerras ou sempre com a guerra como “a continuação da política por outros meios” (Clausewitz) e, ao nível global, desde que há humanidade (e no reino animal), a “guerra” e/ou a morte sempre foram um dos caminhos para a resolução dos conflitos… mas hoje, na Europa, damos a paz como assegurada, só porque durante 60 anos tivemos o bom senso de pensar que todos os conflitos se podem resolver pela negociação pacífica….

Em Portugal, temos democracia há 36 anos (as eleições para a Constituinte são a 25 de Abril de 1975, as primeiras eleições legislativas são de 25 de Abril de 1976) numa história com 868 anos… mas damos a democracia como adquirida… o mesmo pela Europa: em mais de 2000 anos de história cristã só há democracias universais (com mais de 50% da população a votar) desde o século XX, o mesmo que viu nascer na realidade os direitos sociais, ambientais, culturais… e mesmo numa visão mais lata, só há sociedades com direitos humanos políticos básicos direitos de associação, de liberdade de expressão, de alguma igualdade perante a justiça, em sociedades com cidadãos e não súbditos num processo que se inicia – e apenas no Reino Unido e na Suíça – no final do século XVII (1688) e se expande a partir das Revoluções Americana (1776) e, sobretudo, na essencial Revolução Francesa (1789)… cuja divisa é “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, precisamente a divisa da Maçonaria desde 1717… essa Maçonaria que uma sociedade que dá por adquirida a democracia decide agora voltar a condenar, criticar, mesmo quando compreendem que ninguém tem de assumir,por lei, a sua pertença a qualquer organização – mesmo que seja um partido político – em nome da liberdade individual de associação… Sobretudo num país em que, nos seus 207 anos de história em Portugal, a Maçonaria foi já perseguida durante mais de 150 (na Monarquia e sobretudo no Estado Novo…) …

Aceitamos que há concorrência entre Estados, inclusive concorrência fiscal (boa parte dos grandes investimentos são atraídos através de incentivos e benefícios e isenções fiscais, por exemplo), e acreditamos numa sociedade em que há livre iniciativa e a procura do lucro e dos melhores retornos para investimentos é legítima e em que a busca do “interesse próprio” e o mecanismo de “mão invisível” (Adam Smith, “pai da economia”, que explica que essa busca assegura o funcionamento da economia e da sociedade, e a melhor forma de organizar a produção e distribuição de bens)… mas depois ficamos espantados quando um grupo nacional muda a sua sede para paragens mais benéficas, pois era dado como adquirido que a empresa iria sempre ficar com sede entre nós, mesmo quando fosse prejudicial ao negócio e ao acionista, e quando 19 das 20 empresas do PSI 20 já o tinham feito!!

Em suma: temos de pensar o que damos por adquirido… esperemos que o direito ao humor seja sempre um desses adquiridos…

Macon ou gay

2012-01-02

O reverso da medalha da austeridade...

Esta manhã coloquei um post provocativo no facebook:

"Paul Krugman foi prémio Nobel da Economia... e escreveu hoje mesmo: "First, families have to pay back their debt. Governments don’t — all they need to do is ensure that debt grows more slowly than their tax base" ... E colocava o link para o artigo de opinião de Paul Krugman no NY Times

Esse post foi especialmente dedicado a todos os que consideram que não se podem debater opções...
Paul Krugman diz coisas simples:
1. se receitas (tax base) for superior a despesa e/ou crescer mais do que esta, não há problema... Pelo que única forma de olhar para problema não é a redução da despesa...
2. os credores das pessoas físicas, ao olharem para estes como mortais, esperam que estes liquidem a dívida ainda em vida física e como, a partir de uma certa idade, estes não encontrarão novos financiadores dispostos a criar-lhes novos créditos que lhes permitam liquidar as anteriores... as pessoas terão de tender à liquidação total de dívidas ainda em vida;
Já um Estado é perene, ou subentende-se como tal, sobretudo em contexto de paz... pelo que tenderá sempre a encontrar novos potenciais financiadores que lhes concedam novos créditos que lhes permitem liquidar os anteriores. Isto acontece porque Estados não são olhados como tendo uma "esperança média de vida" nem como sendo previsível que fechem as portas de um dia para o outro... Mesmo no meio da crise, Portugal, por exemplo, tem encontrado financiadores (o preço tem sido elevado, mas montantes são superiores às necessidades). No caso
3. Aumento da carga fiscal leva a perda de competitividade e aumento da fuga de capitais, de empresas, de emprego... com isso faz-se decrescer mais as receitas, e assim pode agravar-se ainda mais o problema inicial... e a um nível muito mais baixo!

Só hoje, no jornal Público, só na página inicial, podem encontrar-se diversos comprovativos de que há um trade-off que tem de ser equacionado se não foi já ultrapassado:
- um video sobre as causas do disparar da dívida Soberana (os preços dessa dívida subiram na essência porque passaram a ser negociadas como crédito "ordinário")
- um artigo de Ricardo Cabral a explicar porque não escaparemos ao incumprimento/renegociação
- e um post com artigo sobre erros do FMI.. 

Datas importantes... que nunca foram feriado

As 10 datas importantes... que nunca foram feriado