Entrou em vigor ontem, 1 de Dezembro de 2009, o chamado Tratado de Lisboa.
É, sobretudo, um Tratado focado na vertente interna da União como, infelizmente, tem sido mote da União desde a re-unificação da Alemanha e da saída de Jacques Délors da Presidência da Comissão.
Algumas alterações já foram abordadas neste blog, talvez esquecendo uma outra, importante, que é a entrada dos Parlamentos nacionais, pela primeira vez, nos Tratados da UE...
O mais importante é agora saber se, superadas as questões internas - resolvidas com mais inovações políticas, como é apanágio da história da construção Europeia, mas sem darem garantias de eficácia ou verdadeira capacidade operacional, pelo contrário... -, é tempo da União Europeia, das lideranças Europeias e dos cidadãos compreenderem o novo mundo em que vivemos e reagir.
Após a sáida da "crise", penosamente superada - ou nem isso - em muitos Estados Membros, a verdade é que a radical diferença de crescimento económico deriva de múltiplos factores, e resulta num re-equilíbrio de poderes em que a União Europeia deixará brevemente, por exemplo, de ser a maior potência económica mundial, e não domina nem é ente fundamental em áreas fulcrais, como o ambiente (EUA e China são hoje players bem mais poluidores e por isso mais determinantes em Copenhaga!), a área militar e da segurança (algo ridículo envolvimento no Afeganistão, para tantas mensagens de apoio a Obama), a área da informação (dominada por entidades do mundo anglo-saxónico, e com players fundamentais - na India, China, Japão e mundo muçulmano - em que a Europa não tem qualquer representatividade ou influência).
É essa questão - a do papel da Europa no mundo - que determinará a nossa qualidade de vida nas próximas décadas... E essa não tem sido seriamente abordada pelas lideranças europeias...
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