2012-01-02

O reverso da medalha da austeridade...

Esta manhã coloquei um post provocativo no facebook:

"Paul Krugman foi prémio Nobel da Economia... e escreveu hoje mesmo: "First, families have to pay back their debt. Governments don’t — all they need to do is ensure that debt grows more slowly than their tax base" ... E colocava o link para o artigo de opinião de Paul Krugman no NY Times

Esse post foi especialmente dedicado a todos os que consideram que não se podem debater opções...
Paul Krugman diz coisas simples:
1. se receitas (tax base) for superior a despesa e/ou crescer mais do que esta, não há problema... Pelo que única forma de olhar para problema não é a redução da despesa...
2. os credores das pessoas físicas, ao olharem para estes como mortais, esperam que estes liquidem a dívida ainda em vida física e como, a partir de uma certa idade, estes não encontrarão novos financiadores dispostos a criar-lhes novos créditos que lhes permitam liquidar as anteriores... as pessoas terão de tender à liquidação total de dívidas ainda em vida;
Já um Estado é perene, ou subentende-se como tal, sobretudo em contexto de paz... pelo que tenderá sempre a encontrar novos potenciais financiadores que lhes concedam novos créditos que lhes permitem liquidar os anteriores. Isto acontece porque Estados não são olhados como tendo uma "esperança média de vida" nem como sendo previsível que fechem as portas de um dia para o outro... Mesmo no meio da crise, Portugal, por exemplo, tem encontrado financiadores (o preço tem sido elevado, mas montantes são superiores às necessidades). No caso
3. Aumento da carga fiscal leva a perda de competitividade e aumento da fuga de capitais, de empresas, de emprego... com isso faz-se decrescer mais as receitas, e assim pode agravar-se ainda mais o problema inicial... e a um nível muito mais baixo!

Só hoje, no jornal Público, só na página inicial, podem encontrar-se diversos comprovativos de que há um trade-off que tem de ser equacionado se não foi já ultrapassado:
- um video sobre as causas do disparar da dívida Soberana (os preços dessa dívida subiram na essência porque passaram a ser negociadas como crédito "ordinário")
- um artigo de Ricardo Cabral a explicar porque não escaparemos ao incumprimento/renegociação
- e um post com artigo sobre erros do FMI.. 

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