2013-05-15

Uma das questões de fundo: a (in)justiça inter-geracional...

Silva Lopes defende corte nas pensões. "Não há outro remédio". Quando os recursos são escassos - pois o crescimento foi nulo nos últimos 12 anos, e muito baixo nos últimos 22... - e o Estado assumiu compromissos excessivos, levanta-se a questão de saber se o cumprimento dos compromissos para com a geração grisalha não implica não cumprir qualquer horizonte de esperança para com a geração mais jovem...

NOTA: Porque são excessivos os compromissos assumidos pelo Estado? São três as principais razões: a maior parte das pensões ter sido calculado apenas com base nos últimos anos de carreira contributiva, de o sistema criado pós-25 de Abril ter implicado que muitos têm direto a pensão sem terem contribuído e, não menos importante, a esperança média de vida ter subido 8 anos nos últimos 30 anos. Tudo isto leva a uma desproporção entre o que Estado tem de pagar e o que recebeu, levando a que sejam as actuais gerações de trabalhadores a pagar a factura. Ora, dentro de alguns anos, e pela inversão da pirâmide etária e pelo aumento da esperança de vida, essa situação será incomportável. Isso implica aumentar a idade da reforma (e não um ano, mas bastantes mais), e o não mexer nos compromissos actuais implica "secar" a geração mais jovem, que está a tentar entrar no mercado de trabalho... Não é fácil, mas mais vale admitir a situação do que negá-la...

Sem comentários: