Polémico, é o mínimo que se pode dizer do artigo de Miguel Sousa Tavares sobre os professores publicado no Expresso de sábado...
Devo dar aqui nota de manifestação de interesses: os meus pais eram professores. Ambos aposentados. Tenho diversos amigos e amigas que são professores (de todos os graus). Mas, em parte, penso ser pertinente o que diz Miguel Sousa Tavares, sobretudo no que toca à "fuga à avaliação" e à negação do facto de que o empregador, Estado, que é pago por todos nós, não pode aceitar manter nível de recursos humanos se e quando há muito menos clientes (alunos)...
Mas é também legítimo que haja reclamações. E greves.
E pedir que as façam quando "não dói" é demagógico. É como dizer aos maquinistas, por exemplo, que não podiam fazer greve em dia útil...
E o que também é de perguntar é se, numa altura de desemprego tão acentuado, em que não há alternativas para os recém-desempregados, e com Portugal com tantas lacunas no seu sistema educativo, se esta é a melhor altura para aumentar horários lectivos, diminuindo ainda mais o número de docentes necessários e aumentando ainda mais o desemprego e, assim, diminuindo ainda mais o consumo interno e aumentando o drama social...
E, mais grave, é que a preocupação imediata com o "deficit" encobre uma agenda ideológica, que diz que o Estado tem de diminuir (soa bem) mas não diz como e não apresenta racionalidade na medida, apenas se justifica porque "Passos Coelho defende que Estado não tem_ dinheiro para sustentar a factura salarial da função pública". E o facto é tão visível que tudo era estar pronto em Fevereiro e, estando Junho a acabar, o Governo nada mais disse sobre o que ia fazer, e mesmo Porta "entregou mero guião" (como já tínhamos aflorado em o socratico).
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