As previsões continuam a ser as mesmas: Portugal acabará por cair em situação de incumprimento… E, como já escrevemos aqui há quase um ano, a questão em Portugal passa pela dívida do Estado (que não chegava aos 80% em 2007 mas superou já os 100%) mas centra-se mais na dívida das famílias e das empresas (que supera os 200% do PIB e que se baseou num sistema permissivo de concessão de crédito, promovido pela banca e pelos Governos…)… As componentes da dívida são diferentes, mas o endividamento global era ainda superior ao Grego, tornando problema com mais pontos similares do que diferenciadores…
Ora: o problema é que a dívida que está a ser resolvida é a do Estado, sobretudo pela transferência de recursos… das famílias e das empresas, através dos aumentos de impostos, taxas e outras fontes de receita para o Estado, e pela diminuição das transferências e dos serviços do Cidadão… numa altura em que o Estado está em ruptura…
Ou seja: para resolver o problema do Estado agrava-se o problema das famílias e das empresas e como quem produz são estas, minamos assim a capacidade de crescimento. Logo, o problema do país, como um todo, agrava-se: a economia encolhe, mas o endividamento global ao exterior aumenta, para mais com juros altos, a roçar a usura.
Assim, a prazo, o diferencial entre o que produzimos e o que devemos continua a aumentar… Logo, mais cedo ou mais tarde, o ajustamento terá de se dar, a menos que conseguíssemos fazer o PIB crescer verdadeiramente (dado que o “outro prato da balança”, a dívida, está já assumida e os juros contratados fazem com que só possa crescer… Os tradicionais “arranjos” nada resolverão. As exportações e a internacionalização são as únicas opções. A inovação e diferenciação no produto e nos serviços, e o marketing e a comunicação como ferramentas de abordagem ao mercado externo são os factores críticos para tentar este último caminho…
A outra opção: a que a dívida acabe reformulada… Como parece que deveria ser uma certa classe política… e certas empresas… por muito bem assessoradas que estejam na rentável área jurídica…
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