Os três dias que passaram apenas reforçaram e confirmaram esta ideia. Por isso este post que aqui deixamos é válido no dia 24, no 25, 26 e nos seguintes… A ética está para além da espuma dos dias.
Compreende-se, na base da posição de Passos Coelho:
- Irritação com Sócrates, porque não foi incluído, não foi informado de negociações e na véspera foi posto perante facto consumado.
- Pressão interna, “ou tens eleições legislativas ou internas”, teria dito Marco Costa, segundo a Visão
- PSD defende mais impostos (afinal não era corte despesa?) e não corte pensões
- PPC sabia que cenário era já de si periclitante e provavelmente Sócrates já lhe teria pintado cenário ainda mais negro, antes de ir para Bruxelas. PPC sabe que pedir ajuda após a revisão das regras do Fundo Europeu será bem menos penalizador. Sabe que se ajuda for pedida em Junho será provavelmente bem diferente de Março…
- PPC sabia também que, ao não apoiar o PEC IV, era provável que Governo caisse, e sabe que instabilidade é o pior inimigo dos mercados… (sabia que o corte no rating era mais previsível… e pode ser ainda mais profundo, aumentando taxas e juro e, assim, custos futuros para o país…)
- Sabia que ao não apoiar PEC IV é provável que Bruxelas perca paciência e force pedido de ajuda, de acordo com regras atuais (tanto sabe isso que se apressou a escrever cartas e a garantir que… PSD também quer comprometer-se com objectivos e por isso… está com PS!)
- Ao negar-se a acordo pré-eleitoral com CDS-PP, porque assim pode lutar pela oportunidade de PSD ganhar com maioria (é compreensível), diminui muito a oportunidade de haver uma maioria absoluta na AR, criando assim menor espaço para que as eleições nos tragam estabilidade, algo que era crítico… para o país! (menos mal: abriu a porta a PS e a CDS-PP, no pós-eleitoral, o que em princípio asseguraria estabilidade… Mas ao impor que seja o PS pós-Sócrates, e como este acaba de ser reeleito Secretário Geral do PS e, logo, significando isto que pode demorar vários meses após as eleições legislativas até Sócrates ter substituto no PS… e, logo, mais uma espera para o país: será que país pode esperar?)
- PPC sabe que um processo eleitoral, além dos custos diretos, tem forte custo em meses de “paralisação” de decisões, de contratos, de pagamentos, numa economia em que cerca de 50% é Estado, e cerca de 80% dos agentes têm relações diretas com Estado…
Pensamos que a entrevista a António Barreto diz, de uma forma superior, muito que quisemos exprimir… É incontornável!
PS: não sei se devíamos chegar a tanto… mas é curioso e dá pelo menos que refletir, este outro artigo… sobre revolução popular e auto-gestão, na Islândia, que já voltou a crescer… E assume uma forma de revolução popular que temos vindo a associar ao mundo islâmico, actualmente…
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