2011-02-07

Fareed Zakaria GPS

No seu programa na CNN, GPS, Fareed Zakaria, tal como no seu artigo na Time dá-nos uma visão mais profunda do que se passa no Egipto: o risco dos Ocidentais é pactuarem com orquestração militar. Se isso for visto desse modo, então o risco de o Egipto se tornar num novo Irão é real. Caso contrário isso não acontecerá. O Argumento:Os militares estão no poder há décadas, antes de Mubarak. Têm largos privilégios. Dominam grande parte das indústrias do país. Dominam o seu comércio internacional. Vivem em estado de excepção À décadas. Não vão ceder os seus privilégios facilmente.
Ora, nos últimos dias temos visto reforçar o poder das Forças Armadas:
- dominam a rua
- conquistam apoio entre a população ao não agir, aparentemente
- sairam agora os ministros civis, e mais de 50% do gabinete é agora ocupado por militares;
- estão dispostos a deixar cair Mubarak, se isso permitir permanecerem no controlo, sob uma fachada democrática;
- 80% dos Governadores de Província são agora militares.
No fundo, sob a fachada de "amigos" de uma transição democrática, estão a reforçar o seu poder e privilégios, criando condições para a sua perpetuação no poder. Mas a rua está agora descontrolável. Mais cedo ou mais tarde, talvez após saída de Mubarak, revoltar-se-á contra manutenção do status quo, compreendendo que o regime não é o de Mubarak, mas o dos militares.
A Irmandade Muçulmana, criada em 1928 mas que há muito renunciou à violência, apesar de ter sido a grande força de oposição nas últimas décadas, é estimada valer 25% dos votos. Não chegará ao poder sozinha. MAS...
Para Zakaria, se os Ocidentais, sobretudo os EUA, forem vistos como estando associados a esta tentativa de manutenção de poder, então o risco de revolta,  de extremismo, é potecialmente maior, aumentando as hipóteses de se repetir o que aconteceu em 1979, com a deposição do Xá e a instalação do regime dos Ayatolas, no Irão...

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