Ora, se a população do país está mais ou menos estabilizada e há centenas de milhares de fogos por utilizar, porquê continuar a “destruir” o país para o “cimentar”?
No Público surgem alguns números:
- 6,5% : é o peso médio que o segmento da reabilitação urbana tem tido no mercado da construção em Portugal
- 36%: é o peso médio que o segmento da reabilitação urbana tem tido no mercado da construção nos países da União Europeia
- 28 mil milhões de euros é o valor estimado das obras de reabilitação urbana que são necessárias no país
- 800 mil casas estão actualmente em Portugal a precisar de obras, das quais 114 mil são consideradas urgentes
- 2579 são os fogos com reabilitação apoiada, em 2008, pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (programas Recria, Rehabita, Recriph, Solarih).
A inútil destruição do país; a insegurança gerada, seja nos centros – pelo abandono - seja nos subúrbios – pela ghettização -; a descaracterização das cidades e das novas cidades, carentes de “alma” e que cria ambientes em que as pessoas “pernoitam”, mas não vivem... Por isso este um dos problemas centrais do país. E que não pede apenas investimento público, pede também acção aos privados e, mais importante do que ambos mudanças legislativas que sejam facilitadoras da inversão destas tendências.
Mas é também uma oportunidade: pelo Saber e Competências que se podem ganhar (e exportar!), pela criação de empresas e emprego a curto e médio prazo (a reconstrução e reabilitação é essencialmente mão-de-obra intensiva, em média usando 5 vezes mais pessoas do que a construção “do novo”), pela melhoria ambiental (menos destruição, menos deslocações), pela reanimação do comércio de proximidade, pelo refazer do tecido social e melhor qualidade de vida, ...
PS: Também no Público duas entrevistas obrigatórias... uma a Dimas de Almeida sobre Calvino e o seu legado, aqui, e outra a Amin Maalouf, aqui .
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