No nosso sistema eleitoral, em teoria, deveria votar-se pelas listas de deputados. Estou em crer que, fora dos partidos, quase ninguém o faz. Pior, e mostrando bem a falência do nosso sistema eleitoral em termos de ligação eleitores-eleitos, poucos eleitorais saberão, sequer, quais os cabeças de lista... e muitos menos ainda quais as listas de cada partido ou coligação...
Na realidade, os maiores factores de voto são (sem qualquer hierarquia), entre nós:
- hábito e/ou "clubite"
- proximidade ideológica (como uma agenda que contemple assuntos considerados particularmente relevantes para dado eleitor, ex: aborto, drogas, eutanásia, educação religiosa ou sexual, etc.; ou componentes como sociedade capitalista, ou baseada em dados valores morais, ou preservação ou não da integração europeia, etc.)
- pela liderança - pela confiança gerada, pelo dinamismo, pelas ideias..
- pelo programa apresentado
- por considerações conjunturais (desemprego; voto de protesto e questões particulares - locais, sectoriais, - ex: professores; etc.)
- percepções (estéticas, simpatias, etc.).
Em relação a alguns destes pontos, a clareza das lideranças é fundamental. Por isso, acreditando que, de entre os 5 maiores concorrentes, as propostas da CDU, BE, e CDS são claras, e as do PS também começam a ser (sobretudo uma linha de continuidade), é urgente que as do PSD também sejam... para podermos escolher com base em mais do que simpatias...
De entre os pequenos, o MEP e o PPM também devem reforçar sua clareza, seguindo exemplos como o PCTP/MRPP, do PNR, do MPT, POUS...
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