2009-09-30

Cavaco fala aos Portugueses... Mas será que fala PARA os Portugueses?

Se tinha dificuldades em compreender o caso, confesso a minha dificuldade em tecer comentários...
A Comunicação aos Portugueses feita pelo Presidente é baseada em opiniões pessoais, segundo o próprio, quando já havia especulações e, portanto, o que se exigia eram... factos? Cavaco não esclareceu os factos, antes usou as suas opiniões pessoais, legítimas enquanto cidadão, para fazer acusações, como ... Presidente! E um Presidente que decide que tem algo tão importante a dizer que tem de fazer uma declaração ao país!
Sobre escutas, ou sobre se tinha ou não suspeições, nada revelou (a não ser que mesmo quando tem suspeitas aguarda meses antes de pedir a técnicos que lá vão... e para mais não chama a mais importante autoridade na matéria, os serviços do SIRP pensados para o efeito!). E ficou-se também a saber que o nosso PR não sabia que não há sistemas informáticos totalmente seguros!?!
Um PR NÃO pode acusar o governo de ter ultrapassado as marcas da "decência" com base em meras opiniões... pessoais! Tem de ter certezas, provas, ou algo mais do que mera opinião pessoal! Um PR, para mais no meio de uma crise mundial inédita, tem de pensar bem e ter certeza das acusações que vai fazer ao Governo, criando uma guerra institucional "total" com um PM e um partido que acaba de ganhar eleições!
Se ele próprio, PR, diz que não havia suspeitas - ao dizer que notícias eram infundadas e "criadas" pelo PS, então porque esperou? E se não havia suspeitas, então porquê demitir Fernando Lima - a razão que dá é insustentável: ao não ter explicado a demissão, gerou uma confusão enorme, sobretudo no PSD, a quem arruinou o resto da campanha, de tal modo modo o partido ficou desorientado! Ou seja: Cavaco teve influência ao não falar mas demitir Fernando Lima, pois isso não só não evitou as tais "dúvidas" como, pelo contrário, deu a entender à maioria dos Portugueses - incluindo os do PSD e os jornalistas - que admitia que Fernando Lima tivesse falado em demasia.
Um PR não pode, com base em opiniões, pedir ao país que o ouça dizer que os jornais são apenas caixas de ressonância do Governo, e que colabora com uma campanha deste. Ou seja: que não temos uma imprensa livre!
Penso que Cavaco nos quis informar que, ao contrário do que se pensava, se calhar não quer recandidatar-se em 2011, nem aprecia assim tanto a estabilidade... Estranhíssimo! Confesso que estou sobretudo incrédulo e perplexo. E, aliás, as reacções de todos os partidos mostram que também estes ficaram desorientados... Mas Cavaco conseguiu algo: uni-los aos 5, na crítica (de pontos diferentes, mas sempre crítico).
E a classe jornalística, que era suposto informar-nos, também: obrigatório 1, obrigatório 2, obrigatório 3,

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