Conclusões: se calhar Portugueses vão forçar PS e PSD a algum tipo de entendimento... Surpresas? Não há.
Há vários meses, em Maio, previa o autor deste blog, que o cenário mais provável era o seguinte:
1. PS e PSD "grandes" mas não "enormes", com máximos entre 85 e 105 deputados
2. CDU, BE e CDS entre 10 e 20 deputados cada
3. PSD + CDS não chegam a 116
4. PS + BE não chegam a 116
5. PS + CDU não chegam a 116 mandatos...
Ou seja, a única solução de 2 partidos que garante maiorias é... PS+PSD!
A alternativa para formar governos com apoio parlamentar maioritário: acordos de três partidos. No nosso actual cenário político-partidário é altamente improvável (para não dizer impossível):
- PSD não contará, com certeza, com BE ou CDU...
- PS teria de contar com aliança com BE + CDU (nenhum deles parece inclinado a isso, quanto mais ambos em simultâneo... até porque nesse caso PS teria mesmo de aceitar um grau de estatização insuportável para a maioria do próprio... PS)
- PS teria de juntar CDS + BE ou CDU: nem nas fábulas de La Fontaine...
Ou seja: ou teremos governo minoritário com acordos pontuais, negociados caso a caso, e com "complacência" do outro "grande" em termos de orçamento e moções de censura (ou seja: bloco Central INformal), ou então Bloco Central formal e assumido...
Igualmente verdade é que o pós-eleitoral mais provável depende de qual o vencedor, PS ou PSD (falta definir se vencedor será o partido com mais votos ou com mais deputados - outra situação há muito levantada pelo Moscardo é que o PS tenha mais votos, o PSD mais deputados... ou empate em mandatos! O caso de o PSD ter mais votos e o PS mais deputados é altamente improvável, dada distribuição geográfica dos dois partidos):
- Se for o PSD a vencer, Cavaco terá de forçar PS a aceitar abster-se em questões como orçamento... Pois PSD não pode contar com BE ou CDU para aprovar Programa de Governo ou Orçamento... Conclusão: o Governo PSD, com ou sem CDS, como diz Marcelo, está condenado a não passar de 2011;
- Um Governo PS tem ligeiramente mais hipóteses de sobre-vida: por um lado Cavaco tem mais poder sobre o PSD para forçar a certos silêncios/abstenções parlamentares e, por outro, o PS poderá ir "jogando" - umas vezes contando com apoio BE e CDU, outras PSD e/ou CDS... Ainda assim, Marcelo terá boa hipótese de ganhar a sua aposta e antes do final de 2011 termos novas eleições...
Aqui ficam as notícias sobre as sondagens e as conclusões de que o futuro pode passar por situações pouco do agrado de muita gente, dentro e fora de PS e PSD ... aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui ou aqui.
Já agora, dois "bitaites", não baseados em estudos:
- o PS deverá mesmo acabar por ser o partido mais votado, pois além dos 20% de indecisos (e uma boa parte está entre votar PS e abster-se, votar branco ou votar MEP ou MMS), há muitos potenciais votantes BE - sobretudo eleitores urbanos, politizados, em Lisboa e Porto, as áreas onde recolhe mais votos, e que são os dois distritos que, juntos, elegem mais de um terço do parlamento - transferirão o voto para o PS, para evitar que Manuela Ferreira Leite seja primeira-ministro... Isto pode assegurar a vitória em votos para o PS, falta saber se também em deputados...
- o BE não será, por isso, a terceira força política nestas eleições... ou pelo menos não passará a casa dos 10,50%, ao contrário das Europeias...
Sem comentários:
Enviar um comentário